Saber como definir preço de um produto pode parecer simples, mas, ó: muita gente erra feio nessa hora. Ou coloca tão barato que não cobre nem os custos ou tão caro que o cliente corre. Mas tranquilo, você chegou no lugar certo!

Aqui a gente vai te mostrar, tim-tim por tim-tim, como calcular um preço justo que paga suas contas, valoriza seu trabalho e ainda deixa um lucro no bolso. Bora botar a mão na massa e achar o valor certo pro seu produto?

Quais são os fatores na hora de definir o preço do produto? 

Não é só pegar o custo e dobrar, viu? Pra chegar num preço justo, pra você e pro cliente, tem que olhar pra várias coisas: quanto você gasta, quanto o mercado cobra, quanto o cliente topa pagar e até seus objetivos de lucro. Bora entender esses fatores pra não ficar no prejuízo nem espantar a freguesia?

Custos fixos: o que você paga mesmo sem vender nada

Primeiro, bora falar dos custos fixos, que são aqueles que você vai pagar todo mês, venda ou não venda nada. 

Pense no aluguel do seu espaço, no seu salário, na conta mínima de luz ou internet. Eles não mudam muito de um mês para outro. É o valor que mantém o seu negócio existindo.

Por exemplo, se você tem uma loja de roupas em um box de feira, o aluguel do espaço é um custo fixo. Se você vende bolos em casa mas paga mensalmente uma taxa de MEI, isso também entra como fixo.

Custos variáveis: o que muda conforme você vende

Já os custos variáveis mudam conforme a quantidade de produtos vendidos. Se vender pouco, compra pouco. Se vender muito, compra mais e gasta mais, mas também fatura mais.

Exemplos de custos variáveis:

Matéria-prima (leite condensado, chocolate, tecido)

Inclui todos os ingredientes ou materiais que você usa para produzir o produto. Por exemplo, se você faz brigadeiro, o leite condensado e o chocolate são a base de tudo e precisam estar no cálculo, pois sem eles você não faz nada e ainda custam diferente dependendo da marca e do mercado.

Embalagem

não é só o potinho ou saquinho plástico. Pense também na etiqueta, laço, fitilho, adesivo de marca e qualquer detalhe que torna o produto pronto para entrega. Tudo isso tem custo unitário que deve entrar no preço.

Imposto direto sobre venda

são aqueles tributos que incidem sobre a venda final, como o imposto do MEI ou do Simples Nacional. Mesmo que seja valor fixo ou porcentagem pequena, precisa entrar na conta pra não corroer seu lucro.

Comissão de vendedor

se você paga comissão para quem vende seu produto, lembre que esse valor varia conforme a quantidade vendida. Quanto mais vender, mais comissão, então é variável e deve estar no preço final.

Margem de lucro vs. markup: diferença que faz toda a diferença

Aqui muita gente confunde. Margem de lucro é quanto você realmente ganha sobre a venda. Markup é o fator que você multiplica para formar o preço final.

Vamos simplificar o que é markup:

  • É o número que você usa para multiplicar o custo do seu produto e achar o preço de venda.
  • Ele serve para cobrir todos os custos e ainda garantir um lucro.
  • Por exemplo, se seu custo é R$ 1,00 e o markup é 3, o preço final será R$ 3,00.
  • Assim, você garante que o preço não só pague o custo, mas também dê lucro.
  • A diferença entre markup e margem é que margem mostra o lucro em porcentagem sobre o preço, e markup é o multiplicador do custo.

Por exemplo, se você calcula todos os custos de um brigadeiro e ele sai R$1,00, e você vende por R$2,00, seu markup é 2 (dobrou o preço), e sua margem de lucro é de 50% sobre o preço final. Parece igual, mas não é. Margem é a porcentagem do que sobra; markup é o multiplicador para chegar no preço.

Passo a passo para entender como definir o preço de um produto 

Antes de tudo, sente com calma, pegue papel, caneta, calculadora (ou uma planilha do Excel se preferir) e anote todos os custos e despesas. 

Por exemplo, se você faz velas aromáticas, anote a parafina, essência, potinho, etiqueta, luz gasta para derreter, gás se usar fogão, água para limpar utensílios e o tempo que você gasta (porque seu trabalho vale!). Inclua aluguel, internet, seu salário. Tudo mesmo.

Defina sua margem de lucro sem medo de parecer caro

Depois de saber quanto custa para produzir e manter seu negócio, defina a margem de lucro desejada. Muita gente tem medo de cobrar o que vale, mas lembre: você não é ONG, está empreendendo para viver disso.

E não precisa se desesperar com esse ponto, se você faz bem aquilo que vende, o cliente fideliza e o preço será sua menor preocupação.

Se quer uma margem de 30%, por exemplo, calcule assim: se o custo total é R$10,00, venda por no mínimo R$13. 3 reais é é seu lucro bruto, mas ainda avalie impostos e taxas de maquininha.

Espie a concorrência, mas não copie sem pensar

O famoso benchmarking nada mais é do que espiar quanto os outros cobram. Mas cuidado. Não copie preço só porque o concorrente cobra X. Ele pode ter custos diferentes, pagar aluguel mais barato ou estar vendendo no prejuízo sem perceber. Use como referência, mas nunca como única base.

Análise o valor percebido pelo cliente

Preço também é percepção de valor. O cliente enxerga qualidade no que você faz? Está comprando só o produto ou também a experiência, o atendimento, o carinho no pacote, o prazo curto de entrega?

Por isso, marcas vendem camiseta básica por R$30 ou R$300, a diferença está na marca e no valor percebido. 

Viu como funciona? Seguindo esses 4 passos simples dá pra fazer o seu negócio crescer e ser um verdadeiro sucesso.

Métodos de precificação para você escolher o melhor

Pois é, definir o preço não é só escolher um número qualquer. Tem técnica por trás e escolher o método certo faz diferença no seu lucro e na saúde do negócio. Bora conhecer os mais usados e entender a diferença entre eles?

Precificação por custo (markup): a fórmula prática

Já falamos sobre ele, mas vale uma explicação mais profunda. O markup é simples. Você soma todos os custos (fixos, variáveis, despesas) e aplica um multiplicador que garanta sua margem de lucro.

Bora de exemplo prático:

Se o custo total de um pão de mel é R$2,00 e você quer vender com markup 2,5, basta multiplicar 2 x 2,5 = R$5,00. Esse valor cobre tudo e garante lucro.

Precificação pela concorrência: quando vale usar

Usar o preço do mercado como referência é bom se você está começando e ainda não tem noção de quanto o cliente está disposto a pagar. Mas lembre sempre de calcular seus custos antes para não entrar em furada.

Se sua produção é mais cara, cobre o que precisa ou tente otimizar seus processos antes de querer brigar só por preço.

Precificação por valor: o jeito mais estratégico

Essa abordagem olha menos para o custo e mais para quanto o cliente está disposto a pagar. Por exemplo, um bolo de pote pode custar R$3,00 para fazer, mas se for muito bonito, saboroso, bem embalado e entregue rápido, pode ser vendido por R$10,00 ou mais. Valor é percepção, e você cria isso com qualidade, marca e experiência do cliente.

Erros que quebram negócios na hora de precificar

Tem muita gente errando na hora de definir o preço, mas você não precisa ser um deles. Vamos te explicar como evitar isso!

Copiar preço do concorrente sem analisar seu próprio negócio

Esse é clássico: você vê o concorrente vendendo brownie a R$5,00 e faz igual. Mas será que o custo dele é igual ao seu? Ele pode estar vendendo no prejuízo sem perceber. Nunca copie preço sem calcular seus gastos.

Esquecer custos invisíveis

Outro erro comum é não incluir coisas como gás, luz, gasolina para buscar insumos, taxa de cartão, mensalidade do MEI. Tudo isso come seu lucro aos poucos.

Não revisar os preços periodicamente

Os preços dos insumos mudam, a concorrência muda, o mercado muda. Se você nunca revisa seus preços, pode estar perdendo dinheiro há meses. Crie o hábito de revisar pelo menos a cada 3 meses.

É muito simples, meu amigo: revisa tudo, faz pesquisa de mercado para encontrar produtos que mantenham a mesma qualidade, mas com preço inferior, dá uma olhada em diferentes fornecedores, etc.

Não lidar com a sazonalidade na precificação

Empreender é lidar com altos e baixos, e a sazonalidade é uma dessas realidades. Vendas que bombam em dezembro podem cair no resto do ano. Por isso, ajustar o preço conforme a época pode ser a saída para manter o negócio no azul.

Algumas dicas para gerenciar a sazonalidade:

  • Conheça seu ciclo de vendas ao longo do ano.
  • Planeje estoque e custos antecipadamente.
  • Use descontos com moderação para não desvalorizar o produto.
  • Analise o comportamento do cliente para ajustar preço e oferta.

E não esqueça: revise o preço com os feedbacks dos clientes

O preço não é uma sentença definitiva, ele pode (e deve) mudar conforme o mercado e seu público. Ouvir o cliente é essencial para entender se o preço está justo e alinhado com o valor percebido.

Muitas vezes, uma simples conversa ou pesquisa rápida pode mostrar se o seu preço está alto demais ou se o cliente está disposto a pagar mais por um diferencial que você oferece.

Bora colocar em prática?

Agora que você já entendeu como definir o preço do seu produto sem medo de errar, que tal dar mais um passo pra fortalecer seu negócio?

Vem dar uma olhada no nosso guia sobre plano de negócio para MEI. Tá tim-tim por tim-tim pra te ajudar a organizar as ideias, traçar metas e tocar sua empresa com ainda mais segurança.